sexta-feira, 13 de abril de 2012

Plano de aula - Intertextualidade

AULA I
ALUNOS: 6º ANO
CONTEÚDO: INTERTEXTUALIDADE – UM RECURSO CRIATIVO
OBJETIVO: Compreender a intertextualidade (paródia) como recurso expressivo criativo; produzir paródias.
ESTRATÉGIAS:
Ativação do conhecimento prévio (pode-se perguntar aos alunos se lembram de já ter lido ou escutado  um texto que lembre outro texto; se em anúncios já perceberam um diálogo entre textos ou mesmo na fala cotidiana, em músicas...).
Após ouvir a todos, apresentar o comercial animado de Assolan (vídeo abaixo) que estabelece um diálogo com a música “Rebolation”, do grupo Parangolé. Pedir que observem os elementos visuais presentes no comercial (o Assolan, as Assoletes, as cores, os objetos...), de que forma o comercial se aproveitou da música, se transmite a mesma ideia, se tem a mesma intenção.
Dividir os alunos em grupos e distribuir para estes textos que dialogam entre si sob a forma de paródia  e junto destes inclua o texto parodiado; solicitar que leiam e organizem os textos de acordo com as marcas que os aproximem: título semelhante ou igual, trechos de textos semelhantes...
Observar o período (século) em que cada texto foi escrito e identificar o que foi escrito primeiro e que serviu de base para os demais, ou seja, identificar o texto parodiado.
Explicar a diferença entre paródia e plágio.
Pedir que identifiquem se as ideias dos textos parodiados são iguais ou diferentes dos textos/paródias apresentando argumentos que se pautem nos textos;
Conceituando paródia.
Escrever uma paródia com base no poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade.
Apresentação/leitura.
AVALIAÇÃO: Participação nas atividades propostas. (No caso da produção, a turma é que irá avaliar se o texto produzido atende ao que foi solicitado justificando as respostas).
VÍDEO PARA O TRABALHO 

                          Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=4XBrufHUmvE

AULA II
ALUNOS: 6º ANO
CONTEÚDO: INTERTEXTUALIDADE NO ANÚNCIO E NA PINTURA.
OBJETIVO: Refletir sobre as escolhas linguísticas no ato da produção; identificar marcas de intertextualidade em anúncios e pinturas.
  ESTRATÉGIAS:
Memória da aula anterior;
Releitura de alguns poemas/paródias produzidos pelos alunos e pedir que justiquem suas escolhas linguísticas; Discussão no grupão;
Ativação do conhecimento prévio (pode-se perguntar aos alunos se lembram de já ter lido ou escutado alguém ler um texto que lembre outro texto; se em anúncios já perceberam um diálogo entre textos ou mesmo na fala cotidiana, em músicas...).
Após ouvir a todos, apresentação de anúncios/paródias para que identifiquem o texto que lhe serviu de base (Chamar a atenção dos alunos para a criatividade da marca Hortifruti em suas campanhas publicitária e esclareça que todos os textos basearam-se em textos já existentes). Ajude-os a chegarem aos textos originais. Se é que terão dificuldades!
Perguntar aos alunos se o recurso paródia é válido para o anúncio e com que objetivo o autor construiu o seu texto.
Pedir que identifiquem se as ideias dos textos parodiados são iguais ou diferentes dos textos/paródias apresentando argumentos que se pautem nos textos;
* Mostrar aos alunos quadros criados por Maurício de Sousa inspirados em quadros famosos e compará-los. 
Distribuir para os alunos o anúncio da hortifruti  com os dizeres “Descobri que morango é demais!”(abaixo, disponível em  http://www.hortifruti.com.br/campanhas/ritmos.html ) para que identifiquem marcas de outro texto e identifiquem se a ideia do texto para estudo é igual ou diferente do texto parodiado (disponibilizar a canção parodiada e se possível coloque para o aluno escutar).

Apresentação/leitura.
AVALIAÇÂO: Envolvimento na atividade solicitada e se atende ao que foi solicitado.

 (Seguem abaixo sugestões dos textos para o trabalho em grupo. Os mesmos devem ser embaralhados e entregues aos alunos para procederem à análise. Mais abaixo os textos/anúncios).

Meus oito anos

Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

[...]
(Casimiro de Abreu)
Obs.: Escrito no séc. XIX

"Meus oito anos"

Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da rua São Antonio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais!

[...]
(Oswald de Andrade)
Obs.: Escrito no séc. XX

CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Composta em 1843 pelo maranhense Gonçalves Dias quando este estudava Direito em Coimbra)

Uma canção.

Minha terra não tem palmeiras …
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem refúgios,
Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes …
Mas onde o instante de agora?
Mas a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus de minha terra
Eu canto a Canção do Exílio.
(Mário Quintana, 1906-1994)

Outra Canção do Exílio

Minha terra tem Palmeiras,
Corinthians e outros times
de copas exuberantes
que ocultam muitos crimes.
As aves que aqui revoam
são corvos do nunca mais,
a povoar nossa noite
com duros olhos de açoite
que os anos esquecem jamais.

Em cismar sozinho, ao relento,
sob um céu poluído, sem estrelas,
nenhum prazer tenho eu cá;
porque me lembro do tempo
em que livre na campina
pulsava meu coração, voava,
como livre sabiá; ciscando
nas capoeiras, cantando
nos matagais, onde hoje a morte
tem mais flores, nossa vida
mais terrores, noturnos,
de mil suores fatais.

Minha terra tem primores,
requintes de boçalidade,
que fazem da mocidade
um delírio amordaçado:
acrobacia impossível
de saltimbanco esquizóide,
equilibrado no risível sonho
de grandeza que se esgarça e rompe,
roído pelo matreiro cupim da safadeza.

Minha terra tem encantos
de recantos naturais,
praias de areias monazíticas,
subsolos minerais
que se vão e não voltam mais.

(...)
In: COSTA, Eduardo Alves da. No caminho, com Maiakóvski. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. (Poesia brasileira). Poema integrante da série Salamargo.

ANÚNCIOS PARA TRABALHAR NA AULA II


 





 


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(Mais imagens no site http://www.monica.com.br/index.htm)

Bom trabalho!

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